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DSEI/Maranhão: epicentro dos casos da Covid-19

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) registra em suas redes sociais – Instagram, Twitter e Facebook – os casos confirmados da Covid-19 entre os povos indígenas na Amazônia Brasileira, a partir dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas - DSEIs[1], traçando uma espécie de “ranking” entre aqueles que apresentam maior incidência de casos confirmados.

Na tabela disposta abaixo, sistematizamos e comparamos as posições assumidas pelo DSEI/Maranhão em relação às demais unidades de responsabilidade sanitária federal. A partir dos destaques (em amarelo), que trazem os casos confirmados pelo DSEI/MA, é possível observar a troca de posições que o mesmo assume com os demais distritos até chegar à liderança dos casos da Covid-19 entre os povos indígenas no Brasil, no dia 06.07.2020.

[1] No território brasileiro existem trinta e quatro (34) DSEIs sob a coordenação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), criada com o objetivo de coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI).

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Os primeiros números registrados pela COIAB, relativos ao DSEI/MA, apontam que ele já é uma referência em números elevados de casos confirmados em relação aos outros 33 (trinta e três) DSEIs existentes no território brasileiro. São sessenta e oito (68) casos no dia 28 de maio de 2020, ocupando o terceiro (3º) lugar em números de casos confirmados. Logo em seguida, na data de 31 de maio de 2020, ocupa o quarto (4°) lugar, com um número de setenta e seis (76) casos e no dia 02 de junho de 2020 cai para a quinta (5ª) posição, com 90 casos. Em seguida, no dia 05 de junho de 2020, o número de casos confirmados aumenta para cento e vinte (120) e o DSEI/MA volta a ocupar o terceiro (3º) lugar.

 

Entre os dias 07, 09, 12 e 14 de junho de 2020, o DSEI/MA transita entre o terceiro (3º) e quarto (4º) lugar nos dados registrados pela COIAB, com os respectivos números de casos confirmados: 131, 131, 200 e 216. Até então, o DSEI Alto Rio Solimões é considerado o epicentro dos casos confirmados da Covid-19 entre os povos indígenas, desde os primeiros informativos da COIAB, com números que variam entre trezentos a quase quinhentos casos (219, 351, 407, 441, 448, 493, 495) nos períodos de 28 de abril a 14 de junho de 2020. Outros DSEIs que apresentam altos índices de casos confirmados são: Manaus /AM, Guamá Tocantins/PA, Amapá e Norte do Pará/AP e Alto Rio Negro/AM.

 

Entre os dias 18 e 30 de junho de 2020, os casos confirmados no DSEI/MA disparam de forma significativa a ponto de, entre os Distritos, ele ocupar o segundo (2º) lugar com os respectivos números de casos confirmados: 380, 443, 466, 509, 543 e 654. No dia 03 de julho de 2020, a COIAB registra em seu informe que o DSEI/MA apresenta um total de setecentos e setenta e sete (777) casos confirmados da Covid-19. O Maranhão, nessa data, está com nove (09) casos a menos do que o DSEI do Alto Rio Solimões, ainda o epicentro dos casos da Covid-19 entre os povos indígenas, com um número de setecentos e oitenta e seis (786) casos confirmados.

 

No dia 06 de julho de 2020, o DSEI/MA registra oitocentos e sessenta e oito (868) casos confirmados e assume o lugar de epicentro de casos da Covid-19 entre os povos indígenas no Brasil. Ele permanece nesse lugar até o dia 17 de julho - data do último monitoramento feito pela Rede (CO)VIDA com os dados disponibilizados pelo site da COIAB - com os seguintes números de casos confirmados:  947 (09/07/20), 1.028 (14/07/20) e 1.118 (17/07/20).

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A velocidade com que os casos da Covid-19 estão impactando os povos indígenas no Maranhão expõe a fragilidade da atual política indigenista de enfrentar o variado conjunto de problemas e dificuldades vividos no cotidiano dos povos indígenas, em especial, os da saúde indígena. Além da demora em planejar e executar um plano emergencial federal com medidas eficazes de prevenção e combate à pandemia nos territórios indígenas, a SESAI, por meio do DSEI-MA, tem coagido os municípios a não divulgarem de forma detalhada os casos confirmados de indígenas em seus boletins epidemiológicos. Resta saber, a quem interessa esse ocultamento de informações?

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